Fundamento: A positividade do teste cutâneo prick (TCP) ao pólen de parietária é na maioria dos casos acompanhada de TCP positivos a outros pólenes. Por outro lado, uma percentagem significativa destes doentes não apresenta IgE específica para rPar j 2, considerado atualmente como marcador de alergia à parietária. Objetivo: Encontrar critérios preditivos de alergia ao pólen de parietária em doentes com TCP positivo a este pólen. Métodos: Foram recolhidos dados clínicos, resultados dos TCP e doseamentos de IgE específica para rPar j 2 de 64 doentes com TCP positivos à parietária - pápula com diâmetro médio (dm) igual ou maior que 3 mm. Foi construída uma árvore de classificação de alergia à parietária (tomando como referência de “verdadeira alergia” a positividade da IgErPar j 2), utilizando o algoritmo CHAID (qui-squared automatic interaction detection). Resultados: No grupo estudado, 36 doentes eram do sexo feminino e a média de idades de 25,0±15,0; 70,3 % apresentava TCP positivos para ácaros (do pó), 84,4 % para pólen de gramíneas, 78,1 % a oliveira e 62,5 % para “outros pólenes” (excluindo as gramíneas ou a oliveira). Os fatores preditivos do melhor modelo obtido foram a relação entre as dimensões da pápula do TCP à parietária e à histamina, o sexo e o resultadodos TCP a “outros pólenes”. Assim, os doentes com pápula do TCP à parietária superior à da histamina do sexo feminino tiveram IgErPar j 2 positiva em 100 % dos casos. Por outro lado, um dm de pápula igual ou inferior à histamina acompanhado de TCP positivos para “outros pólenes” associou-se a uma probabilidade de negatividade a este recombinante de 95,5 %. O modelo gerado pela árvore de decisão apresentou bom ajuste, tendo estimativa de risco de 0,16 (erro-padrao= 0,04), mostrando-se estável, considerando-se que o risco estimado pela validação cruzada foi próximo do modelo final (risco 0,19; ep=0,05). Conclusões: Foi possível, com base nos resultados de um estudo alergológico básico, criar um modelo preditivo de alergia ao pólen de parietária com classificação correta em 84 % dos casos e boa capacidade de generalização. Palavras-chave: Alergénio recombinante rParj 2, algoritmo, modelo preditivo, polinose a parietária
Background: In most cases a positive prick test (PT) to parietaria goes along with positive PT to other pollens. On the other hand, a significant percentage of this patients don´t presenta rPar j2 specific IgE, which is currently considered as a marker to parietaria allergy. Objective: To define predictive criteria for allergy to parietaria pollen in patients with a positive PT to this pollen. Methods: We collected the medical records, PT results and rPar j 2 specific IgE levels of 64 patients with a positive PT to parietaria - wheal with mean diameter equal or larger then 3mm. Using the CHAID algorithm (Qui-squared Automatic Interaction Detection) we were able to create a classification tree of parietaria allergy (considering “true allergy” the positivity of specific IgE to rPar j 2). Results: In our study group, 36 were female and mean age was 25.0±15,0; 70.3% had a positive PT to dust mites, 84.4 % to grass pollen, 84.4% to olive tree pollen and 62.5% to “other pollens” (non grass nor olive tree pollen). Predictive factors identified by the best model were the ratio between mean diameters of histamine and parietaria PT wheals, the patient gender and the result of the PT to “other pollens”. Therefore, patients with a PT wheal to parietaria larger than histamine that were female hada rPar j 2 positive in 100% of the cases. In the other hand, a PTwheal to parietaria equal or smaller to histamine followed by a positive PT to “other pollens” were related to a 95.5% probability of negative rPar j 2IgE. The computed tree estimated risks were: re-substitution 0.16 (standard error 0.04) and cross-validation 0.19 (standard error 0.05). Conclusion: Basic allergological patient evaluation allowedto create a predictive model of parietaria pollen allergy with a reasonable performance